Vegana, cantora e compositora, essa é Ananda Jacques que vai
tocar esse domingo no Festival do Quintal em Votorantim em parceria com Poeta
em Queda.
A cantora recentemente esteve atualizando seu soundcloud com
músicas gravadas em estúdio e assim iniciando as novas metas para realizar seu sonho.
Confira a entrevista e conheça um pouco mais sobre essa
guria que veio para nos encantar:
Ananda Jacques Foto: André Renato |
Você já cantou um estilo completamente diferente do MPB, o que
te fez escolher mudar de estilo?
Sim, é verdade. Eu
tocava baixo em uma banda de death metal e também arriscava uns vocais
rasgados/guturais. Continuo ouvindo muito rock e metal,
mas sempre gostei muito de MPB também, assim como gosto muito também da Música
Negra em geral. Foi algo que simplesmente aconteceu, sem que eu pensasse que
mudaria. Quando eu me dei contar, estava com várias composições populares e
então resolvi desengavetar.
Que cantores te inspiram e que te ajudaram de alguma forma a
ser cantora?
Quando criança, eu já
ouvia muitos gêneros diferentes, graças aos meus familiares. Meu tio me mostrou
o Rock, enquanto minha mãe e meu pai me mostraram a Bossa Nova. E meu avô, queridíssimo, eternamente uma das
pessoas mais importantes da minha vida, me mostrou tudo e mais um pouco, me
ensinou muito e deve ser o culpado pelo meu gosto musical bipolar (risos). Mas
sobre uma cantora, posso citar Adriana Calcanhotto, como uma das principais
influências que tenho dentro da Música Brasileira, embora eu sempre tenha
escutado muito pop internacional, o que também influencia o que tenho feito.
Como vão surgindo as suas letras? Quais são suas inspirações?
As letras surgem ora como confissão ora como
uma história que crio. Costumo dizer que quando não representam algo que estou
vivendo, em sua maioria, elas escapam do meu mundo idealizado de
possibilidades. Pode ser estranho para mim dizer isso, logo eu que passei a
adolescência fugindo de ter uma vida regrada, até que alguém me ensinou que
liberdade não era se obrigar a viver cada dia uma coisa diferente, mas
experimentar muitas vezes a mesma vivência como a primeira vez. Mas a rotina
sempre me inspira, a espontaneidade com que as coisas acontecem a minha volta,
eu as observo e então escrevo, em um registro que é como se tirasse uma foto,
onde o resultado não é exatamente aquilo que aconteceu, mas aquilo que eu vi.
Além da música, você se envolve em outras vertentes
artísticas?
Sim, gosto muito de
Fotografia e tenho um projeto nessa área. Tive experiências com o Teatro e com
a Dança também. Considero que dialogar com outras áreas da Arte, conhecê-las,
mesmo que de forma mais rasa e estar presente em outros meios que não seja
estritamente o da Música, é muito importante para a minha formação como
artista. E essa formação eu vejo durar uma vida inteira ou mais, já que estamos
sempre nos construindo, descobrindo novas maneiras de expressão e aprimorando como
iremos transmitir o que sentimos. Ah! E escrevo também coisas que escolho não
musicar, em diferentes gêneros, mas por enquanto isso faz parte das atividades
que mantenho para meu autoconhecimento.
O Festival do Quintal está chegando e você vai tocar nele. O
que pretende tocar nele e a
gente pode esperar alguma música nova para esse
evento?
Eu não ia tocar no
festival do Quintal, estava planejando uma viagem para esse final de semana.
Como a viagem acabou não rolando, o queridíssimo Pedro Alberto (Poeta em Queda)
me convidou para fazermos uma apresentação conjunta, como já fizemos algumas
vezes. Tenho um carinho muito grande pelo trabalho dele e adianto que talvez eu
chore com algum poema. Pretendo tocar desde músicas novas e cruas até músicas
que já venho tocando, como Renúncia (https://soundcloud.com/ananda-jacques/renuncia). Particularmente, eu espero que nós
façamos uma apresentação muito intimista e de muita doação, algo que se
assemelhe a uma terapia coletiva – por quê não? (risos) – sobretudo, com uma
troca de energias intensa e positiva.
Ananda Jacques e Poeta em Queda Foto: André Renato |