quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Entrevista com Drannath, idealizador do projeto GOSOTSA

Drannath, idealizador do projeto GOSOTSA


GOSOTSA, um projeto artístico idealizado por Drannath, onde mistura diversos elementos da arte.
Unindo arte visual com rock e trazendo outras referências que estão enriquecendo esse novo projeto.
Drannath conta um pouco sobre sua vida, inspirações, sonhos, entre outras novidades sobre o novo álbum “O Sol tá Maior”. 



Primeiramente quero parabenizar pelo excelente trabalho visual do GOSOTSA, realmente muito bonito! Drannath, conte-nos sobre o início da sua trajetória artística, que engloba música, literatura, artes plásticas, performance e designer gráfico.

D: A primeira manifestação artística que aflorou em mim foi a escrita. Tão logo aprendi a escrever, já comecei a escrever histórias, redações, contos, claro que com cabeça de criança... Inclusive, quando saí do pré e fui pra primeira série, mandaram que eu escrevesse uma redação com um tema tal, que foi parar na delegacia de ensino do estado de SP. Queriam me passar direto pra 3a serie, mas minha mãe não permitiu... depois, com uns 10 anos, comecei a me interessar por desenho, mas só copiava. Cresci vendo meu pai tocando violão, e me interessei em tocar em banda de rock aos 12 anos, tive várias bandas teóricas-imaginárias até conseguir formar minha primeira banda real. Trabalhei a vida inteira no ramo das artes gráficas, e aos 21 anos, me formei bacharel em design gráfico.


 O nome GOSOTSA tem algum significado especial? Fale um pouco sobre este interessante nome.

D: Absolutamente nada. Estávamos há uns 2 anos procurando o nome ideal para a banda, tivemos inúmeros nomes provisórios, alguns muito divertidos, fazíamos piada com isso (risos). Mas um belo dia eu estava teclando com minha namorada, fui chamá-la de gostosa e digitei errado, saiu gosotsa, e na hora já apontei e falei: “Taí o nome da banda”!!!


Você foi integrante da banda de Glam Rock Bastardz e obteve reconhecimento nacional e internacional, realizando shows com Steve Summers (Pretty Boy Floyd) e Stevie Rachelle (Tuff). O que levou você sair da banda? Neste período já havia intenção de criar o GOSOTSA?

D: O Bastardz é uma banda que tenho imenso carinho, é uma banda que me trouxe muitas alegrias, tanto em convivência quanto em realização. Sempre dei muita sorte nas bandas que tive, sempre circulou muito amor entre a gente, tanto é que estamos aprontando uma reunião para o começo do ano. Mas minha saída se deu, em 2007, porque eu já manifestava interesse em coisas mais malucas, e o Bastardz é uma banda de Hard Rock tradicional. Mas, de quando me expulsaram do Bastardz até o Gosotsa emergir, foram longos 3 anos de discussão intensiva com o Christo Iz a’Izlan, sobre como seria ou não seria a banda. Foi ultra desgastante, nesse processo ele também rompeu comigo, e acabei gravando as músicas sozinho. Nunca deixamos de ser amigos, e eu nunca desisti dele, e depois de outros 3 anos, ele voltou ao Gosotsa, pra minha felicidade.


O que te inspira na hora de pintar, escrever poemas e compor músicas? Você Faz tudo sozinho ou tem contribuição do guitarrista Christo iz’Aizlan?

D: O Christo contribui (e muito!) para a parte musical. Das demais partes cuido eu, mas incentivo e anseio pelas criações dos demais integrantes, que estão se preparando e se desenvolvendo para tal. Eu não tenho muito esse lance de inspiração, aquele lampejo mágico que vem do nada é raro para mim, o que eu preciso é sentar e produzir, daí sim a coisa flui naturalmente. Tenho uma mancha do que será feito na cabeça, uma vaga ideia que parte do que vivi ou estou vivendo, mas uma palavra puxa a outra, uma nota puxa a outra, uma pincelada puxa a outra, e a sensação que tenho é que as coisas se fazem sozinhas. Quando inicio um trabalho longo, como um livro, eu rumino bastante sobre a sensação e sentimento que quero transmitir, mas a inspiração pra mim funciona numa espécie de expediente. Eu sento, trabalho, o tesão emerge e as coisas saem. Depois já parto para outras ideias. Sou muito inquieto.


É um fato, o GOSOTSA não se encaixa no perfil de uma banda normal, tendo uma extensa expressão artística. Mas a música, poesia, literatura, performance e pintura estarão unidas em um único conceito? Como irá funcionar?

D: Sim, claro, tudo é uma face diferente de uma mesma moeda. Cada peça é um capítulo do momento atual que a banda vive. A pintura traduz visualmente a sensação de uma música, a poesia descreve a sensação das pinturas, os quadrinhos ilustram as letras das músicas etc. E assim vamos caminhando rumo ao fechamento desta Obra, que se chama “O Sol tá Maior”. São 3 livros de poesia, 3 partes diferentes no álbum, três categorias de pinturas, e uma série com muitos quadrinhos, apresentado toda a profundidade dos nossos sentimentos.


GOSOTSA

O conceito do novo álbum da banda, intitulado “O Sol tá Maior”, será divido em partes. Mas qual será o conceito da primeira parte? Poderia nos adiantar sobre a temática da segunda e terceira parte?

D: O momento atual se chama “O Sol tá Maior” e tudo segue esta máxima, em todas estas expressões artísticas, que se apresentam num movimento de subida que parte de uma fase extremamente magnetizada e ansiosa, sofrida mesmo, a primeira parte, o Astral Térreo. Começando a se perceber, mas ainda de maneira muito teórica, passamos por onde se encontrariam as filosofias, ciências e religiões (Astral Inferior), para depois alcançar o vívido e pleno, vasto e quadrimencional, num estado de euforia e sabedoria bizarramente afiada (Astral Superior). E depois tem a apoteose, que é uma rara surpresa que só será vivida por quem superar estas três fases, que já parte da inteireza dos deuses. Cada música, cada poesia, cada pintura é um pequeno passo neste movimento de subida. Mas o lançamento primeiro será o Astral Térreo.


Haverá outros materiais acompanhando o disco na versão física e digital do álbum?

D: Na verdade tudo isso que te falei acompanha o disco, teremos o Pacote Ouro que trará o álbum, os livros, os quadrinhos, postais das pinturas, etc. Mas também tudo isso pode ser adquirido separadamente.


Você também realiza pinturas corporais. Elas têm algum tema especifico, apenas têm apelo sensorial ou estarão ligadas ao tema dos álbuns?

D: De uma maneira geral, cada ensaio é um passo naquele movimento de subida, que tem suas sensações e estética. Sobre os ensaios recentes, ainda estamos no Astral Térreo. Ainda somos uma carcaça decaída, mas cheias de vida.


O GOSOTSA possui vários canais de vídeos no YouTube. Porque optaram por dividir o conteúdo produzido pela banda?

D: Porque cada conteúdo não se relaciona diretamente, achamos que assim ficaria mais organizado. São seis canais: /gosotsaTV, que é o canal com os vídeos-arte oficiais do álbum, complementando a loucura que se mistura às músicas. No /VidaCaralhoo há muita energia explodindo-se em alucinações de autoria da banda, interpretados pelos próprios integrantes ou por grandes atores e personalidades. Os cenários e situações são tanto bizarros quanto surpreendentes, às vezes pela orquestração, às vezes pela simplicidade, perturbando, sublimando, se contradizendo ou simplesmente se desmumificando. Já o /DissecandoGosotsa é um canal que ensina a tocar nossas músicas, com explicações teóricas, partituras, video-aula etc. O /DoCuGosotsa apresenta documentários trazendo as verdades do dia-a-dia da banda. O /GlosaGosotsa é para críticas e resenhas sobre outros discos, filmes, livros, exposições etc e finalmente o /GosotsaPaisana traz vídeos das nossas vidas pessoais, junto à família, amigos, esportes, lazer. Achamos que tudo isso no mesmo canal ficaria meio bagunçado, mas talvez mudemos de ideia e concentremos tudo num canal só. Ainda estamos em fase de produção de conteúdo, então tudo pode mudar.


Qual mensagem pretende transmitir com esta nova fase do trabalho do GOSOTSA?

D: A nossa verdade, com toda sinceridade de coração. Espero que esta nossa verdade seja capaz de tocar, apresentar uma nova estética, abrindo as mentes para ideias e ideais novos, inéditos, num progresso de pureza. Queremos andar pra frente, e trazer quem queira conosco... Acredito no poder de transformação da arte, individualmente, socialmente, globalmente. Acho que a principal mensagem é sobre evolução, pro puro, limpo e perfeito, coisa que todos estamos longe de ser.


Além do lançamento de “O Sol tá Maior”, quais os projetos da banda para 2015?

D: Shows, muitos shows e exposições pelo Brasil e Europa, mais quadrinhos, mais livros, e claro, a conclusão de todo “O Sol tá Maior”, que ainda tem bastante coisa por fazer.


Fernanda, muito obrigado pelo espaço e parabéns pelo trabalho com o Cidadão Abstrato!

1 comentários:

Unknown disse...

Admirável encontro entre a Lucidez e a Paciência - virtudes gosotseanas!

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