Drannath, idealizador do projeto GOSOTSA |
GOSOTSA, um
projeto artístico idealizado por Drannath, onde mistura diversos elementos da
arte.
Unindo arte
visual com rock e trazendo outras referências que estão enriquecendo esse novo
projeto.
Drannath
conta um pouco sobre sua vida, inspirações, sonhos, entre outras novidades sobre o novo álbum “O Sol tá Maior”.
Primeiramente quero parabenizar
pelo excelente trabalho visual do GOSOTSA, realmente muito bonito! Drannath,
conte-nos sobre o início da sua trajetória artística, que engloba música,
literatura, artes plásticas, performance e designer gráfico.
D: A primeira manifestação artística que aflorou em mim foi a escrita.
Tão logo aprendi a escrever, já comecei a escrever histórias, redações, contos,
claro que com cabeça de criança... Inclusive, quando saí do pré e fui pra
primeira série, mandaram que eu escrevesse uma redação com um tema tal, que foi
parar na delegacia de ensino do estado de SP. Queriam me passar direto pra 3a
serie, mas minha mãe não permitiu... depois, com uns 10 anos, comecei a me
interessar por desenho, mas só copiava. Cresci vendo meu pai tocando violão, e
me interessei em tocar em banda de rock aos 12 anos, tive várias bandas
teóricas-imaginárias até conseguir formar minha primeira banda real. Trabalhei
a vida inteira no ramo das artes gráficas, e aos 21 anos, me formei bacharel em
design gráfico.
D: Absolutamente nada. Estávamos há uns 2 anos procurando o nome ideal
para a banda, tivemos inúmeros nomes provisórios, alguns muito divertidos,
fazíamos piada com isso (risos). Mas um belo dia eu estava teclando com minha
namorada, fui chamá-la de gostosa e digitei errado, saiu gosotsa, e na hora já
apontei e falei: “Taí o nome da banda”!!!
Você foi integrante da banda de
Glam Rock Bastardz e obteve reconhecimento nacional e internacional, realizando
shows com Steve Summers (Pretty Boy Floyd) e Stevie Rachelle (Tuff). O que
levou você sair da banda? Neste período já havia intenção de criar o GOSOTSA?
D: O Bastardz é uma banda que tenho imenso carinho, é uma banda que me
trouxe muitas alegrias, tanto em convivência quanto em realização. Sempre dei
muita sorte nas bandas que tive, sempre circulou muito amor entre a gente,
tanto é que estamos aprontando uma reunião para o começo do ano. Mas minha
saída se deu, em 2007, porque eu já manifestava interesse em coisas mais malucas,
e o Bastardz é uma banda de Hard Rock tradicional. Mas, de quando me expulsaram
do Bastardz até o Gosotsa emergir, foram longos 3 anos de discussão intensiva
com o Christo Iz a’Izlan, sobre como seria ou não seria a banda. Foi ultra
desgastante, nesse processo ele também rompeu comigo, e acabei gravando as
músicas sozinho. Nunca deixamos de ser amigos, e eu nunca desisti dele, e
depois de outros 3 anos, ele voltou ao Gosotsa, pra minha felicidade.
O que te inspira na hora de
pintar, escrever poemas e compor músicas? Você Faz tudo sozinho ou tem
contribuição do guitarrista Christo iz’Aizlan?
D: O Christo contribui (e muito!) para a parte musical. Das demais partes
cuido eu, mas incentivo e anseio pelas criações dos demais integrantes, que
estão se preparando e se desenvolvendo para tal. Eu não tenho muito esse lance
de inspiração, aquele lampejo mágico que vem do nada é raro para mim, o que eu
preciso é sentar e produzir, daí sim a coisa flui naturalmente. Tenho uma
mancha do que será feito na cabeça, uma vaga ideia que parte do que vivi ou
estou vivendo, mas uma palavra puxa a outra, uma nota puxa a outra, uma
pincelada puxa a outra, e a sensação que tenho é que as coisas se fazem
sozinhas. Quando inicio um trabalho longo, como um livro, eu rumino bastante
sobre a sensação e sentimento que quero transmitir, mas a inspiração pra mim
funciona numa espécie de expediente. Eu sento, trabalho, o tesão emerge e as
coisas saem. Depois já parto para outras ideias. Sou muito inquieto.
É um fato, o GOSOTSA não se
encaixa no perfil de uma banda normal, tendo uma extensa expressão artística. Mas
a música, poesia, literatura, performance e pintura estarão unidas em um único
conceito? Como irá funcionar?
D: Sim, claro, tudo é uma face diferente de uma mesma moeda. Cada peça é
um capítulo do momento atual que a banda vive. A pintura traduz visualmente a
sensação de uma música, a poesia descreve a sensação das pinturas, os
quadrinhos ilustram as letras das músicas etc. E assim vamos caminhando rumo ao
fechamento desta Obra, que se chama “O Sol tá Maior”. São 3 livros de poesia, 3
partes diferentes no álbum, três categorias de pinturas, e uma série com muitos
quadrinhos, apresentado toda a profundidade dos nossos sentimentos.
GOSOTSA |
O conceito do novo álbum da
banda, intitulado “O Sol tá Maior”, será divido em partes. Mas qual será o
conceito da primeira parte? Poderia nos adiantar sobre a temática da segunda e
terceira parte?
D: O momento atual se chama “O Sol tá Maior” e tudo segue esta máxima, em
todas estas expressões artísticas, que se apresentam num movimento de subida
que parte de uma fase extremamente magnetizada e ansiosa, sofrida mesmo, a
primeira parte, o Astral Térreo. Começando a se perceber, mas ainda de maneira
muito teórica, passamos por onde se encontrariam as filosofias, ciências e
religiões (Astral Inferior), para depois alcançar o vívido e pleno, vasto e
quadrimencional, num estado de euforia e sabedoria bizarramente afiada (Astral Superior).
E depois tem a apoteose, que é uma rara surpresa que só será vivida por quem
superar estas três fases, que já parte da inteireza dos deuses. Cada música,
cada poesia, cada pintura é um pequeno passo neste movimento de subida. Mas o
lançamento primeiro será o Astral Térreo.
Haverá outros materiais
acompanhando o disco na versão física e digital do álbum?
D: Na verdade tudo isso que te falei acompanha o disco, teremos o Pacote
Ouro que trará o álbum, os livros, os quadrinhos, postais das pinturas, etc.
Mas também tudo isso pode ser adquirido separadamente.
Você também realiza pinturas
corporais. Elas têm algum tema especifico, apenas têm apelo sensorial ou
estarão ligadas ao tema dos álbuns?
D: De uma maneira geral, cada ensaio é um passo naquele movimento de
subida, que tem suas sensações e estética. Sobre os ensaios recentes, ainda
estamos no Astral Térreo. Ainda somos uma carcaça decaída, mas cheias de vida.
O GOSOTSA possui vários canais de vídeos no
YouTube. Porque optaram por dividir o conteúdo produzido pela banda?
D: Porque cada conteúdo não se relaciona diretamente, achamos que assim
ficaria mais organizado. São seis canais: /gosotsaTV, que é o canal com os
vídeos-arte oficiais do álbum, complementando a loucura que se mistura às
músicas. No /VidaCaralhoo há muita energia explodindo-se em alucinações de
autoria da banda, interpretados pelos próprios integrantes ou por grandes
atores e personalidades. Os cenários e situações são tanto bizarros quanto
surpreendentes, às vezes pela orquestração, às vezes pela simplicidade, perturbando,
sublimando, se contradizendo ou simplesmente se desmumificando. Já o
/DissecandoGosotsa é um canal que ensina a tocar nossas músicas, com
explicações teóricas, partituras, video-aula etc. O /DoCuGosotsa apresenta documentários
trazendo as verdades do dia-a-dia da banda. O /GlosaGosotsa é para críticas e
resenhas sobre outros discos, filmes, livros, exposições etc e finalmente o /GosotsaPaisana
traz vídeos das nossas vidas pessoais, junto à família, amigos, esportes,
lazer. Achamos que tudo isso no mesmo canal ficaria meio bagunçado, mas talvez
mudemos de ideia e concentremos tudo num canal só. Ainda estamos em fase de
produção de conteúdo, então tudo pode mudar.
Qual mensagem pretende
transmitir com esta nova fase do trabalho do GOSOTSA?
D: A nossa verdade, com toda sinceridade de coração. Espero que esta
nossa verdade seja capaz de tocar, apresentar uma nova estética, abrindo as mentes
para ideias e ideais novos, inéditos, num progresso de pureza. Queremos andar
pra frente, e trazer quem queira conosco... Acredito no poder de transformação
da arte, individualmente, socialmente, globalmente. Acho que a principal
mensagem é sobre evolução, pro puro, limpo e perfeito, coisa que todos estamos
longe de ser.
Além do lançamento de “O Sol tá
Maior”, quais os projetos da banda para 2015?
D: Shows, muitos shows e exposições pelo Brasil e Europa, mais
quadrinhos, mais livros, e claro, a conclusão de todo “O Sol tá Maior”, que
ainda tem bastante coisa por fazer.
Fernanda, muito obrigado pelo espaço e parabéns pelo trabalho com o
Cidadão Abstrato!
1 comentários:
Admirável encontro entre a Lucidez e a Paciência - virtudes gosotseanas!
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