Esqueça o amor, esqueça os dramas, apenas sinta os corpos que Joe se entrelaça, procurando sexo sem compromisso, apenas o corpo com seu corpo e os constantes orgasmos.
Joe é a personagem principal e procura se desligar de todo o amor que a sociedade impõe, todo amor conceitual que somos "obrigados" a viver ao ritual de namoro,casamento e todo o ciclo do amor.
Durante o filme Joe narra sua vida como ninfomaníaca ao pescador Seligman que a salvou e conta como ela descobriu seu corpo e seu prazer.Suas aventuras começam aos 2 anos quando ela descobre sua vagina e começa a conhecer seus desejos.
Através de sua amiga P ela começa a descobrir mais sobre o sexo e começam a criar um grupo de jovens a procura do sexo, sem nunca ter um parceiro fixo, e a partir desse grupo ela vai se aprofundando na sedução e a diversão que o sexo transmite, transformando numa caçada de manipulação.
O diretor Lars Von Trier divulgou diversos teasers mostrando que o filme teria sexo explicito e apesar de ter muitas vezes as cenas impactantes, ele mostra uma filosofia em muitos momentos de puro orgasmo de Joe, pois o sexo se torna seu maior aliado para viver com a rotina desgastante.
Diante do marketing constante é nítido que todos esperavam ver apenas um porno, e entretanto ao sair do cinema o sentimento é que existe muita poesia e drama em todo filme, e que o sexo torna tudo mais interessante pela visão da personagem principal. Sua visão nos leva a sentir o impacto dos corpos que ela tocou, suas brincadeiras mesquinhas e sua necessidade de ter alguém, pois apesar de ela negar o amor, ela também não consegue lidar com a solidão a ponto de interferir na vida de uma família.
Durante a primeira parte de Ninfomaníaca ela também narra sua vida com seus pais e como ela sempre foi apegada a seu pai e o modo como ele via a natureza e esses momentos de narração são os momentos em que percebemos a pureza e que mesmo com o sexo em alguma parte dela existia uma pureza que nos transmite novamente novas reflexões de o quanto somos criados ao tabu do sexo, sendo que ele é apenas corpo com corpo e existe outros dramas realmente importantes para valorizar na vida.
O elenco é perfeito em tudo, a atuação de Charlotte Gainsbourg sendo a Joe adulta que narra sua vida enquanto jovem e a atriz que faz ela jovem é a linda Stacy Martin que não tem medo de se envolver em cada cena com muita paixão e pureza e explorando seu lado selvagem. O ator Stellan Skarsgård é o pescador e em sua atuação ele nos transmite toda pureza do personagem ao ouvir as aventuras e usa a pesca como um método de entender um pouco mais a diversão da narradora o ator Shia LaBeouf esta atuando com muita paixão e delicadeza e nos aproximando mais do amor que o personagem Jerome sente por Joe.
Estou ansiosa para a segunda parte, pois a procura intensa do sentir da personagem se aprofunda em todos os sentidos, enquanto Uma Thurman impõe todo o humor negro durante a história, impondo sua presença e sua dor e Christian Slater, pai de Joe possui uma sensibilidade provocante e suas cenas nos emocionam sempre.
A trilha sonora transmite um extase constante, nos aproximando da realidade da ninfomaníaca e ter a banda Rammstein no inicio e no final do filme apenas da mais vontade de ver tudo que ainda esta por vir e todas as surpresas que Lars Von Trier vai nos trazer nessa outra visão profunda do sexo e sua paixão.
E lembre-se: Esqueça o amor, esse é o ano da Ninfomaníaca.
2 comentários:
Uma critica construída de forma excelente pela grande Fernanda, exatamente como eu imagino que seja o filme, sem nenhuma superficialidade tão material, algo até poético,.... sem palavras. Otima critica e preciso assistir isso logo HSAUSHUHSUA
MUITO BOM!!! Parabéns!!
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